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"Acho muito importante [a participação acrescida na sugestão de ATL]. Porque nós temos uma visão diferente e tendo em conta aquilo que nós achamos que a escola precisa, nós podemos lhe dar sugestões que não lhes passa pela cabeça. Por exemplo, essa questão dos domingos de manhã, a cultura estar aberta. Isso é muito importante."

"Tive pais que combinaram e organizaram o Halloween com a turma, foram com os filhos todos a bater às portas, organizaram-se todos. E volta e meia combinam, sexta-feira, quando saem da escola vão todos juntos para o parque brincar. Entre eles, entre as crianças, entre eles e os pais também a conviverem e a conversarem."

"Na minha sala de aula de facto as crianças que beneficiam [de ASE] são crianças que têm menos recursos. Não são excluídas porque a cidade promove atividades e tem esses recursos e eles vivem num ambiente escolar, mas também num ambiente social, de bairro, que permite que eles tenham experiências diversificadas. A biblioteca é gratuita, os museus ao domingo são gratuitos, as crianças não pagam."

"Eu acho que é importante, até porque muitos pais não têm esse conhecimento de como poder ajudar numa situação que, às vezes, através de uma atividade de tempos livres, poderá realmente sortir um efeito que depois se reflete aqui na escola."

"Esta semana vai haver uns doces conventuais em Alcobaça. Porque nós estamos a falar sobre a multiculturalidade e a nossa gastronomia, por que não ir? Têm [perguntado com interesse] 'ó professora, mas é este fim de semana?'. Se os miúdos não mostram interesse, os pais não se mexem."

"Ah, não sei. Não faço a mínima ideia [de qual a minha participação na seleção de ATL]. Eu acho que isso é uma coisa que os pais depois é que decidem. Eu acho que os pais conseguem tão bem escolher as diversas atividades que eu dou por mim a ouvi-los. Não há um fim de semana que eu não tenha alunos que tenham ido a um museu, tenham ido a uma peça de teatro, tenham ido a uma exposição. Eles próprios é que me trazem sugestões para eu fazer. Por isso, acho que não há necessidade de ser eu a escolher."

"Na pandemia acabei por dar o telemóvel. Eu passava horas a atender pais e eu compreendia. Foi uma situação realmente diferente de tudo o que nós vivemos. Mas é um desgaste enorme. Eu às vezes estava 12 horas seguidas ou a dar aulas, ou a preparar, ou a consolar famílias. Naquela altura fez sentido, mas este ano, por exemplo, ainda não dei o número de telemóvel a ninguém. Também acho que é uma forma às vezes de nos protegermos."

"Nós podemos sempre aconselhar [ATL], mas não podemos nunca mandar nas famílias, e há famílias que não é muito fácil de sequer entrar na rotina familiar."

"Ah, não sei. Não faço a mínima ideia [de qual a minha participação na seleção de ATL]. Eu acho que isso é uma coisa que os pais depois é que decidem. Eu acho que os pais conseguem tão bem escolher as diversas atividades que eu dou por mim a ouvi-los. Não há um fim de semana que eu não tenha alunos que tenham ido a um museu, tenham ido a uma peça de teatro, tenham ido a uma exposição. Eles próprios é que me trazem sugestões para eu fazer. Por isso, acho que não há necessidade de ser eu a escolher."

"Eu tento dizer que para valorizarem outras coisas, sem ter de ser só o tablet, não é? Mas também compreendo que a vida dos pais também não seja fácil. (...) Tento não interferir muito nessa parte, porque acho que cada encarregado de educação é que sabe como é que deve fazer e gerir a educação do seu filho."

"Em alguns casos, acho que [a importância] é muito grande, no entanto, são os pais [os responsáveis pela decisão], nós não conseguimos impor, nem podemos. Claro que podemos aconselhar, e até devemos, conhecemos as crianças, mas acho que também há limites, e eu pelo menos tento respeitar esses limites."

"Não tenho impacto, porque os tempos livres são aqueles que estão fora do contexto escolar. Eu só posso escolher isso dentro do contexto escolar, a parte que é fora extra-escolar compete aos pais. Posso simplesmente sugerir porque seria bom para isto ou para aquilo, mas mais que essa barreira não me compete a mim."

"O que eu sinto é que há alguns que estão sempre a mudar de atividades, acho que a participação, a escolha deles (crianças), é muito elevada. Há pais que demonstram essa abertura no sentido de me ouvir, sobre essas necessidades, mas há também outros que não."

"No que diz respeito à vida das famílias, eu tenho uma filosofia muito própria, que é, o que eu faço na sala de aula, eu controlo. O que as famílias têm de disponibilidade, ou vontade, eu não controlo. Portanto, é mais ao contrário. Os meninos vão [fazer actividades] e depois [partilham], agora eu dizer, 'Olha, eu acho que esta criança precisa de fazer mais coisas destas.', nunca faço um e-mail a dizer isso. Pode surgir numa conversa dizer 'talvez fosse bom', mas não prescrevo nada às famílias."

"Não uso [WhatsApp com os pais] porque a experiência que eu tenho é que acabam por abusar. E eu tenho vida familiar. Mas eles têm um WhatsApp entre eles. E eu muitas vezes digo à representante 'veja se todos conseguem ler o e-mail' e espero que ela comunique."

"Eu entendo que se um professor sugere [ATL], muitas famílias vão considerar que é uma prescrição. E, na verdade, eu quero que assim seja, não é? Se eu eventualmente disser a uma família 'olha, esta criança precisa de fazer isto', eu quero que essa minha sugestão seja tida como importante. Há o problema de parecer sempre uma prescrição, não é?"

"Se eu sinto que há uma indisponibilidade por parte da criança, ou que há um mal-estar por parte de quem chega às nove da manhã, que aquilo [atividades fora da escola] é um suplício, quase que me está a adormecer na aula, tem que ser dito [aos pais] que é preferível repensar aqui o percurso, porque isto está a prejudicar algumas partes da educação, do crescimento. Pode haver um parecer nosso, mas é sempre uma decisão dos pais. Uma coisa é nós sinalizarmos, até para os pais perceberem que nós estamos atentos, mas depois chega uma altura que já não está minimamente nas nossas mãos."

"Neste momento tenho de ir agarrar no telefone e tenho de dizer a quatro ou cinco pais, porque nós somos obrigados a isso, que eles têm de ter medidas universais para português, porque eles têm muita dificuldade na escrita. Portanto, eu sou obrigada a informar os pais."

"Se for uma situação que eu ache mais complicada e que um e-mail também não é uma forma muito simpática de se receber, por exemplo no caso de um menino bater num no outro, faço de duas formas - ou, como muitas vezes estou no portão da escola, falo logo aí com a família ou gosto mesmo de telefonar, porque acho que o melhor seria chamar, mas também percebo que as famílias estão a trabalhar e que às vezes não vêm."

"Quero também que às vezes a família participe na gestão de certas questões com os alunos, sempre que há necessidade convoco reuniões ou conversas no início do dia."

"Há muitos professores que só enviam para um encarregado de educação, eu não tenho esse método, mesmo a minha mailing list tem o pai e a mãe sempre, ou também tenho aqui uma situação que é a tia, que é a tutora da criança, portanto todas as pessoas que vivem com a criança recebem o meu e-mail."

"Uso o telefone quando são assuntos mais delicados ou de saúde ou mesmo alguma questão de avaliação, para combater questões de interpretação ou de sensibilidade. Envio o e-mail para ficar registrado e depois telefono."

"Prefiro sempre o telefone (...) por uma questão de delicadeza e de humanidade."

"Eu ainda não me habituei a escrever tudo no Inovar, estou mais habituada, porque é mais prático, chegar ali ao e-mail, tenho ali o grupo e envio as informações todas."

"Gosto muito de usar o e-mail porque fica escrito, fica registrado, a dificuldade que sinto no e-mail é a interpretação que às vezes as coisas podem levar, eu tenho uma escrita muito objetiva, muito fria, que não tem a ver com o meu diálogo, ainda assim prefiro que esteja escrito."

"Eu posso ter ido a um sítio qualquer e ter achado que aquilo é muito giro e dizer aos miúdos "olha, podem ir", ou pronto, sei lá, fui ver um teatro ou uma exposição ou qualquer coisa e dizer-lhes para irem que é muito giro. Só que depois lá está, a alguns chega o recado, a outros não chega..."

"A semana passada recebi a proposta de uma das mães, que trabalha no Banco de Portugal, para irmos visitar o Museu do Dinheiro, por exemplo, recebi também de outra mãe o início das inscrições para o Indie Júnior, e recebi também os bailados da Gulbenkian, porque tenho uma mãe que trabalha na parte da contabilidade da Gulbenkian, também para me alertar e dizer 'portanto, temos isto, posso partilhar com os pais todos?'"

"No ano passado, uma mãe mandou-nos a mensagem 'olha, o meu filho vai concorrer a isto', era giro divulgar. Divulgou-se, mas só ele quis participar e depois ele ganhou o prémio e ele divulgou isso também."

"Este ano uma mãe que trabalha na Câmara Municipal já me enviou sugestão de atividades para eu ver se estava interessada. Outro caso, trabalhámos um pintor aqui na sala e houve um menino que foi entusiasmado falar para casa e foi fazer desenhos. E a mãe encontrou materiais giros e ele fez desenhos e a mãe enviou-me. Sempre por e-mail."

"Mandam-me pais por e-mail, sim, atividades. Como eu até tenho aqui três pais que são professores, de outros ciclos, mas são professores, muitas vezes há outras ofertas que lhes chegam e que até estão perfeitamente adaptadas ao primeiro ciclo e isso recebo muito, e depois normalmente vejo se faz sentido ou não e partilho. Se forem informais, normalmente eu até peço ao responsável do grupo de pais que partilhe, no grupo de WhatsApp que é importante, pode ser que alguma família tenha essa disponibilidade."

"Eu tenho alunos que fazem quatro atividades desportivas fora da escola. fazes esse desporto todo durante a semana, o que é que vais fazer ao fim de semana Competições, o desporto que andaste a fazer. Não fizeste mais nada? Sim, está bem, fizeste desporto. É importante abrir o leque."

"Passámos de uma sociedade em que havia avós e vizinhos que ficavam com os miúdos. E eles faziam uma carrada de coisas com essa gente que lhes dava satisfação e lhes ocupava o tempo. E neste momento, o problema é exatamente esse. Os pais não têm tempo para fazer essas funções. E os miúdos morrem de tédio. E quando não morrem tédio, vão para essas atividades todas. E fazem tudo, menos descobrir o que gostam, o que querem, desenvolver capacidades sociais e corporais."

"Eu sinto que hoje em dia os miúdos estão tão preenchidos com coisas, seja esses programas aos fins de semana, seja atividades extracurriculares que eles têm, que às vezes eu gostava que estes miúdos tivessem um tempo para não fazer nada. Eu sinto que os pais, e às vezes nós professores também, querem ter os miúdos constantemente ocupados com alguma coisa, e não há aquele tempo em que estão parados, ou que não estão a fazer nada, e que estão só a contemplar."

"[Reconheço] Muito bem. Até porque muitas vezes eles são obrigados a ir a determinadas atividades e vêm aqui [sala de aula] e dizem 'não quero ir a isto' ou 'lá vou eu a isto'. Sei menos vezes [de outras atividades não regulares] até porque eu acho que os miúdos estão tão ocupados de atividades que acho que têm as atividades, chegam a casa, comem e vão descansar. Atividades que não as extra-curriculares poucas vezes acontecem."

"Acho que no fundo os pais procuram muito fazer o que os miúdos pedem. Naturalmente, como a criança não sabe o efeito que tem, para ela ir para um jardim rebolar na relva. Gosta, mas não sabe que aquilo vai ser muito bom para ela. Ou ir ouvir uma história para uma biblioteca, ou ir ao museu da ciência. Eles gostam, mas não sabem ainda os efeitos que aquilo vai ter no seu crescimento. Ora, se a criança diz que quer ir para o Karaté, e fica contente porque vai para o Karaté, eles põem-no no Karaté. E a criança no mês a seguir diz que afinal não quer o Karaté, quer a natação, e vai para a natação."

"Se eu sinto que há uma indisponibilidade por parte da criança, ou que há um mal-estar por parte de quem chega às nove da manhã, que aquilo [atividades fora da escola] é um suplício, quase que me está a adormecer na aula, tem que ser dito [aos pais] que é preferível repensar aqui o percurso, porque isto está a prejudicar algumas partes da educação, do crescimento. Pode haver um parecer nosso, mas é sempre uma decisão dos pais. Uma coisa é nós sinalizarmos, até para os pais perceberem que nós estamos atentos, mas depois chega uma altura que já não está minimamente nas nossas mãos."

"Os pais estão bastante envolvidos e procuram muita coisa. Não sei se tanto com a intenção da aprendizagem, se não é mais de uma ocupação de eles estarem ocupados e não chatearem muito, desculpe a expressão. Não sinto que seja tanto para a aprendizagem fora da escola. Mas ainda assim sinto-os envolvidos nesse sentido. Mas é no sentido de terem sempre o tempo muito ocupado, pouco tempo livre."

"Os miúdos não sabem estar sozinhos. Não sabem fazer nada sozinhos. Nem autorregular-se, nem brincar. [Dizem-me] "Então e agora, professora? Que livro é que eu vou escolher?" [ao que eu respondo] 'Oh rapaz, o que é que tu gostas de ler?'. (...) Nem sequer lhes dão a oportunidade de tempo para se descobrirem"

"Não uso. Até porque sinto que as atividades... Sugerir atividades de tempos livres é estar a ocupar-lhes mais tempo a seguir à escola. No contexto em que estou aqui, a ocupá-los ainda mais. São meninos que têm muitas atividades extra-escola. E por isso, não."

"Os miúdos, quando chegam a casa, ainda vão ter natação, ainda vão ter futebol, ainda vão ter não sei o quê... Os miúdos não têm tempo. E eu acho que eles têm de ter tempo para eles também. Não têm tempo para brincar, não têm tempo para fazer o que lhes apetece."

"Eles precisavam mesmo de tempo sem fazer nada, sem estarem entretidos com rigorosamente nada. Às vezes um bocadinho de 'O que é que eu faço agora? O que é que eu vou fazer?' E eles terem essa iniciativa de irem procurar algo que os ocupe, sem estarem dependentes dos pais. E eu falo disto até em casa, não é preciso sair, mas não são todos assim, de facto."

"Acho extremamente importante [a participação familiar nas ATL], mas também temos de ver que elas são crianças e que não podem ter... Um dia música, outro dia catequese, outro dia inglês, outro dia desporto, outro dia não sei o quê... É uma sobrecarga muito grande. Têm de ser mais focados e escolher aquelas atividades de que realmente gostam, ou de que gostam e que sejam importantes."

"Muito do que faço é conforme as preferências deles. Não dou aquele uso (exaustivo) ao manual. Porque eu vejo que aquilo é aborrecido. Para mim também era. Não é? E a gente revê-se. Agora, quanto a tempos livres, eu acho que é muito importante. No entanto, eu ainda não consigo fazer isso todas as semanas, devido ao nosso currículo."

"Estamos tão condicionados e temos um programa tão extenso e temos tanta coisa que cumprir e agora com a compartimentação em disciplinas acaba por tirar aquilo que era de mais belo no primeiro ciclo, que é a transversalidade, embora nós continuemos a fazer a transversalidade, mas até com os sumários que temos que fazer por disciplina com o horário compartimentado, ou seja, há uma série de coisas que estão a tentar plasmar e copiar de outros ciclos que são as menos boas para o nosso, em vez de fazer o contrário, se calhar, colocar aquilo que temos de muito bom, que é a transversalidade, noutros níveis de ensino."

“E, portanto, mas mesmo assim há alturas em que eu me sinto esmagada, quase asfixiada, a correr, a correr e correr para conseguir dar o programa todo, para não ficar nada por trás, para conseguir chegar a todos depois com as dificuldades que podem ir surgindo, às vezes, no nome da aprendizagem, mas a muitos níveis e, portanto, é uma correria, sentimos sempre aqui com a falta de tempo.“

"Entra na escola numa altura que nós estamos todos, francamente, cansados. E eu acho o método da escola moderna fascinante, mas no meio de tanta burocracia que nós temos, de um currículo que já não é currículo, que são aprendizagens essenciais, que temos manuais de uma maneira, que temos... isto é só remendos, remendos, e depois tanta coisa a acontecer nas salas, nós chegamos a um estado de exaustão que às vezes é demais. Porque há uma falta de recursos humanos na escola enorme. E cai tudo no professor. Porque são reuniões atrás de reuniões, são papéis atrás de papéis..."

"Nós não temos só uma disciplina, nós temos um horror. Um horror de coisas. E esse horror de coisas é que me angustia. (...) Acho que nós temos muitas necessidades de consistência de trabalho. Porque não há tempo. E toda a gente, quem for honesto, no primeiro ciclo vai dizer isto. Andamos aqui, 'umas borradas daqui, umas borradas ali, outras borradas acolá'. E não sou capaz de trabalhar assim."

"Gosto de utilizar o Teams e toda aquela disposição, partilha de material, o Worldwall, que é onde há muitos recursos que nós podemos fazer e consolidar através desses 'gamings', chamemos-lhe assim. Entre outras plataformas e sites que existem do Padlet, (...) [atividades] que acho que eles podem fazer através de jogos ou sem ter de ser uma ficha, eu gosto de utilizar"

"Quando terminou a Covid houve uma altura em que ainda se ponderou, por exemplo, enviar os trabalhos de casa através do Classroom, para não se perder [esse hábito]. Porque o que eu sinto foi que nós na altura investimos muito nisso, na organização e na estruturação de tudo, e entretanto parece que já nos esquecemos."

"[A experiência do uso das ferramentas durante a epidemia foi] positiva q.b., porque depois há alunos que participam imenso e há outros que não participam. Se calhar não por eles, mas por questões mesmo logísticas de internet, de não tinham espaço para... Tinham que partilhar vários espaços com os outros irmãos. Há sempre algum aluno que não consegue. Mas, de modo geral, no meu caso, correu muito bem."

"A Escola Virtual era bom para comunicar diretamente com as crianças, a Khan Academy também era fácil de comunicar com as crianças diretamente, tens logo os resultados, podes responder aos resultados que obtiveste, podes deixar notas nas diferentes atividades..."

"E-mail e às vezes mensagens pelo WhatsApp, que é mais fácil. Porque às vezes tiramos fotografias de atividades e os pais gostam de ver e mando para o representante pelo WhatsApp e depois ele faz a partilha. Mas sempre, preferencialmente, por e-mail."

"A avaliação que eu faço neste momento é muito boa, porque eu tenho uma turma que gosta muito das tecnologias e portanto, tudo o que seja mandado pelo Classroom, que obrigue a pegar no computador para ir ver, para mexer (...) eles vêem e respondem-me logo. [Portanto] porque eles também ajudam."

"Nós começámos a trabalhar nessa altura [de Covid-19] com o Classroom, dávamos aulas online, era lá que publicávamos os trabalhos e foi muito bom, acho que sim. A partir daí começámos a usar todos os anos, não tão frequentemente como era na altura do Covid-19, mas foi uma ferramenta que ficou. Publico lá às vezes vídeos de matérias, trabalhos, para eles fazerem e eles gostam."

"Utilizei com esta turma até o ano passado a Khan Academy, achei que funcionava, mas tentei distanciar-me um pouco das ferramentas informáticas. Recuei porque acho que com 7 anos é mais importante para crianças como estas, pegar um livro e ler um livro até ao fim, saber pegar bem no lápis e na caneta, escrever, tenho uma turma que escreve muito e escreve muito bem, prefiro que eles saibam recortar bem, há estruturas que neste momento são fulcrais para o trabalho das crianças, acho que a parte do teclar, para muitas delas, ou o deslizar nos ecrãs, já é muito intuitivo."

"Os pais têm um grupo do WhatsApp, de que eu não faço parte, acho que deve ser um espaço onde possam falar entre eles, até inclusive mal de mim, se for caso disso. Eu falo com o representante dos pais, se sinto que há algum problema, ou se o representante dos pais sente que há algum problema, conversamos os dois e ele faz o encaminhamento das mensagens."

"Acho que [o Classroom] faz sentido para comunicar com as crianças, torná-las mais autónomas na realização de tarefas e no estudo e na consolidação dos seus conhecimentos e no desenvolvimento das suas capacidades e competências. Não tanto para a comunicação com os pais, se bem que na altura também usávamos o Classroom para comunicar com os pais, por mensagens."

"Nunca coloquei esse item para os pais poderem comunicar sobre isso (atividades de tempos livres conduzidas). Porque nunca recebi feedback, nem oralmente, das atividades. Nunca revelaram querer partilhar isso. Mas é uma boa ideia. E se calhar se estivesse lá os pais partilhavam."

"Eu acho que as crianças gostam e sentem-se valorizadas [ao partilhar ATL]. Então, às vezes, quando as crianças têm atividades fora da escola, eu digo, 'olha, então diz ao pai para mandar-me uma fotografia para eu mostrar aos colegas'. E isso acontece. Volta e meia os pais mandam-me vídeos de um sarau que foram fazer, ou foram fazer uma viagem, e enviam-me fotografia. Depois eu mostro aos colegas, projeto a fotografia, e eles explicam o que é que fizeram. Acho que isso é interessante."

"É muito fácil de ver as crianças que têm mundo e que não têm, e quando digo ter mundo não é viajar, é fazer coisas, pronto, e eu tenho ali alunos que eu fale de que assunto falar, eles têm sempre uma história para contar sobre qualquer coisa que já lhes aconteceu, e tenho outros que infelizmente não. E não tem só a ver com o meio socioeconómico, tenho ali meninos que até têm uma vida fantástica e são meninos que não têm vivências, não passa muito daquilo, e acho que é muito importante mesmo, as atividades para a escola."

"Tenho dois alunos que não têm tantas vivências. Às vezes sinto que, pelo facto de não conseguirem falar sobre outras coisas, sentem-se um pouco inferiores. Mas por mais que na escola tentemos dar essas vivências a estes alunos, muitas vezes são estes alunos que não participam nas atividades no exterior da escola. Eu organizo imensas atividades exteriores à escola, visitas a museus, atividades, por exemplo, numa residência artística, na Culturgest, há sempre um trabalho contínuo e muitas vezes estes alunos são aqueles que nesse dia não vêm à escola. São atividades gratuitas, acho que é mesmo uma opção familiar."

"Sim, é mas é mais na sala de aula do que propriamente comunicações por e-mail ou WhatsApp, ou outra. Eles fazem [uma apresentação] na sala de aula, depois eu ponho na Classroom e fica disponível para todas as famílias."

"Quando eles fazem qualquer coisa, quando eles vão a algum sítio, quando eles fazem um projeto qualquer com os pais que nos querem mostrar, enviam por e-mail e depois nós utilizamos o computador e o retroprojetor e apresentamos para todos. Seja uma audição, seja uma prova de natação, seja uma festa de aniversário, eles fazem muito isso."

"Vamos começar a fazer duas ou três frasesinhas sobre como foi o fim de semana. Eles já fazem de forma oral e vão começar a fazer de forma escrita essa partilha, não sei se são duas frases ou assim, uma coisa mais pequenina, de como foi o fim de semana. E valorizar isso."

"Tive um aluno que na altura das castanhas me trouxe ouriços com castanhas. E a criança é que tinha lá para trazer para a escola e é que não quis. Mas depois, entretanto, trouxe e ficou toda feliz. Às vezes quando uns mostram, depois instiga os pais a que as crianças participem, e eles próprios também a participarem."

"É uma turma muito comunicativa e que gosta muito de partilhar comigo o que faz lá fora. Acontece sempre à segunda-feira de manhã, e nestas sextas-feiras à tarde também para falarmos um bocadinho da semana na escola, acaba por vir a vida pessoal, lá de casa, as atividades e tudo o que fazem, vem sempre à baila."

"Eu conheço-os muito bem, mas há crianças que são muito mais extrovertidas e contam tudo o que fazem e há aqueles que se retraem, portanto não é que eu não os conheça, mas há menos conversa sobre o que eles fazem fora da escola"

"Eles vão-me dizendo (...) mas para todos me comunicarem, é mesmo 15 em 15 dias na produção de texto. Porque depois há crianças que são muito envergonhadas e muito introvertidas e se eu não perguntar, nunca me vão dizer nada. Até porque são as que eu reparo que não têm nada para contar."

"A comunicação com os pais, através do e-mail e de outras ferramentas, mas não do suporte digital, foi uma boa forma para lhes fazer chegar a informação, para convocar reuniões, para dar algumas sugestões, para fazer um balanço por semana, porque alguns meninos precisaram mesmo disso, um balanço ou diário ou semanal, para que os pais falassem com eles e fossem percebendo."

"Até ao final do segundo ano eu fazia boletins informativos. No primeiro ano faço semanais, porque as pessoas ainda estão muito ansiosas, o que é que as crianças vão fazer, e o boletim informativo era um e-mail com fotografias e um bocadinho do resumo do que se tinha feito naquela semana. Depois, no segundo ano, fazia mensalmente. Agora, no terceiro ano, já considero que as crianças e as famílias já percebem como é que a escola funciona."

"Aquilo que nós temos de fazer é uma síntese descritiva relativamente às várias disciplinas que temos, isso é aquilo que tem de ser feito para todos, não há assim uma tabela de competências ou de se atingiu as aprendizagens essenciais, isso acaba por ir ficando ali diluído no discurso de cada professor."

"Utilizo o e-mail com muita frequência, tendo em conta que é um ano muito específico em que estamos aqui a ensinar a ler e a escrever e há todo um conjunto de metodologias que os pais às vezes não conhecem muito bem e que está tudo bastante diferente da forma como nós aprendemos. Muitas vezes envio e-mails a explicar algumas situações, sugestões de trabalho, como é que eles podem ajudá-los em casa."

"Utilizo o e-mail com muita frequência, tendo em conta que é um ano muito específico em que estamos aqui a ensinar a ler e a escrever e há todo um conjunto de metodologias que os pais às vezes não conhecem muito bem e que está tudo bastante diferente da forma como nós aprendemos. Muitas vezes envio e-mails a explicar algumas situações, sugestões de trabalho, como é que eles podem ajudá-los em casa."

"Para a semana eu vou fazer uma ficha de verificação que vai para casa, ao contrário das outras, as trimestrais, porque têm de ficar no processo deles, com todos os conteúdos que fomos dando desde agora para as famílias e as crianças poderem avaliar aquilo que eles conseguiram ou não. Não dou uma nota, escrevo algumas considerações sobre o desempenho deles."

"Acabo por usar o e-mail numa vertente multidisciplinar, nunca é só para passar informação da escola para casa, nem de casa para a escola. Uso para temas que são associados à vida escolar mas às vezes também divulgo, porque também trabalho numa revista, alguns livros novos que apareceram que eu acho que são interessantes para a turma ler, há pais sempre que fazem essas questões."

"[A avaliação considera] Português, Matemáticas, Estudo do Meio, Oferta Complementar, que no nosso caso é as questões ambientais, o Inglês, Expressões Artísticas, e nas Expressões Artísticas temos a Expressão Plástica, a Expressão Dramática, a Expressão Musical, e a Educação Física. E depois temos as Atitudes e os Comportamentos."

"Não [existe uma tabela de necessidade de desenvolvimento], isso é o meu sonho. O meu sonho é que houvesse uma checklist com as metas individuais das crianças que eu e a família pudesse consultar. Observação direta, eu abria a plataforma, fazia um checklist, o menino fez a tabuada, olha, pronto, esta meta foi atingida, pode avançar."

"Nós temos que fazer aquele perfil [do cumprimento do currículo escolar], está previsto na lei, portanto, no primeiro ano espera-se que façam isto, ou que cheguem aqui. E nós temos isso tudo escrito. No entanto, na comunicação para os pais, eu não sou tão minuciosa."

"Faço semanalmente uma newsletter para os pais acompanharem o que é que acontece ao longo da semana. Para os pais terem conhecimento do que é que estamos a trabalhar, porque senti logo no início, as crianças não comunicam muito com os pais, ou seja, às vezes também por natureza deles, quando lhes perguntam se correu tudo bem na escola respondem 'sim, não', ou seja, não há um grande desenvolvimento."

"Outra coisa que eu também faço, não é bem para as famílias diretamente, mas para as crianças, que passam às famílias, é ter tabelas de registo. Não é preenchida todos os dias, mas por exemplo agora estou a trabalhar com elas as frações, possivelmente no final desta semana eu faço uma tarefa ou vou fazer uma avaliação, não somativa, mas ali formativa, normalmente eu utilizo do zero ao cinco. Eu acho que é importante eles também irem sabendo a avaliação que tiveram, porque é isso que depois vai acompanhá-los no resto do percurso deles."

"Nas (fichas) diagnósticas não são dados aos pais grandes pormenores, [indicam apenas] se está bem para iniciar o ano ou não. Nas intercalares, aí já [indicamos] quem precisa de trabalhar mais a matemática, mais o português, o estudo do meio, portanto, é mais estudar [que está em causa]."

"Falamos direto com os pais ou pelo telefone, ou pelo e-mail, ou diretamente convocamos reunião e através de reunião direta, pessoalmente. (...) Muitas vezes é quando vêm levá-los ou trazer, eu falo, ‘olhe, hoje teve mais dificuldade nas adições, leva um trabalho extra na parte das adições’, acaba por ser assim."

"Aquilo que nós temos de fazer é uma síntese descritiva relativamente às várias disciplinas que temos, isso é aquilo que tem de ser feito para todos, não há assim uma tabela de competências ou de se atingiu as aprendizagens essenciais, isso acaba por ir ficando ali diluído no discurso de cada professor."

"Quando são necessidades mais específicas, ou seja, quando são coisas mais graves, quando vemos que o miúdo está mesmo a ficar para trás, nós comunicamos e há mesmo um documento escrito onde fazemos essa sinalização - que acontece também na plataforma onde registamos os sumários, que é a Inovar."

"Em termos individuais, na verdade, só comunico uma vez por trimestre, a não ser que haja situações pontuais, ou que a família solicite um encontro, ou uma troca de e-mails, mas formalmente é trimestralmente."

"Não [há uma tabela de aprendizagens partilhada para que os pais possam ir acompanhando a evolução]. Com os pais, não. Também porque é uma fase ainda muito inicial, primeiro ano, ainda estamos aqui numa fase de descoberta. E depois não há uma reta linear para os alunos primeiro ano. Mas isso é uma boa ideia."

"A comunicação com os pais, através do e-mail e de outras ferramentas, mas não do suporte digital, foi uma boa forma para lhes fazer chegar a informação, para convocar reuniões, para dar algumas sugestões, para fazer um balanço por semana, porque alguns meninos precisaram mesmo disso, um balanço ou diário ou semanal, para que os pais falassem com eles e fossem percebendo."

"Nós temos uma [tabela de necessidades de aprendizagem] do agrupamento que todos os professores utilizam, que está dividida por domínios de cada disciplina. E depois, para mim, tenho as minhas tabelas em que vou avaliando, a literatura, a ortografia, a caligrafia, a matemática, às vezes faço questões-aulas, assim, de uma matéria que acabamos de dar..."